Em qualquer canto do Mundo é natural  que pessoas se sintam insatisfeitas ou desejem  interferir na realidade  onde vivem ou atuam, para isso, são motivadas, a partir de um olhar  crítico ou  da  necessidade local, a criarem suas alternativas de  sobrevivências.
Daí nasce uma  nova História, de sujeitos e protagonistas que entram em ação criando,  ou pelo menos, tentando criar um novo cenário, para uns utópicos, tendo  em vista o drama real e aparentemente imutável.
Ao  passo que para outros, renasce uma nova sensação que mescla esperança e  otimismo com o desejo e a torcida para que tudo der certo, percebendo  numa atitude cidadã o empreendedorismo social e cultural num campo  fértil e ilimitado de talentos e qualidades infinitas, onde o primeiro  desafio foi ter iniciativa, pois, os talentos já estavam à espera para  agregarem os seus Sonhos áquela ação primeira daqueles e daquelas que  deram o ponta pé inicial.
Para quem estiver lendo atentamente este texto será natural se identifica, dizendo:
- "Peraí esta é a minha história! ou - Nossa começamos assim!
Isto  porque esta é a uma História que diferentemente das historinhas de  contos de fadas "não era uma vez", ela é real e acontece durante um  processo que toma força perpetuando-se, ou seja, sendo uma vez para cada  um que contagia o outro, formando uma rede de experiências e  experimentações contínuas e crescentes, onde cada indivíduo busca  contribuir para que esta História seja Vivida e Contada com orgulho e  pertencimento pelas próximas gerações.
É  neste contexto onde surgem os "Três Loucos", como se não bastassem as  analogias existentes, mais uma vez a leitura nos obriga a mergulhar no  universo literário remetendo aos Três Mosqueteiros, Três Patetas, Três  Porquinhos, etc.
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| Os Três Loucos, Binho, Samuca e Jeferson Cora (Jê) | 
Enfim, Samuca, Jeferson Cora (Jê) e Binho, assim são  conhecidos os Três Loucos que concretizaram aquilo que aparentemente  parecia um Sonho impossível, criar um espaço agregador de Sonhos e  fomentador de realidades ao mesmo tempo!
Foi  assim com a fundação do Centro Cultural A História Que Eu Conto, uma  iniciativa que nasce depois de dois anos e meio de gestação, sendo  meticulosamente planejada, através de reuniões ao ar livre, na calçada  ou na casa de um ou de outro louco.
Cada  pessoas escolhida para pensar que a História seria esta, foi  selecionada mediante ao nível de sua "loucura" e sua trajetória de vida  em vez dotes curriculares. Bartolomeu, Oscar, Neti. Logo, de três  passaram-se para cinco, dez e em tão pouco tempo multiplicaram-se  rompendo os muros invisíveis da comunidade do Complexo de Vila Aliança e  Senador Camará, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
No  início o maior desafio era encontrar um local que coubesse tudo aquilo  que fora planejado, um espaço fisíco para abrigar ações concretas. Foi  quando em 2007 após uma operação policial a Escola Municiapal  Austregésilo de Athayde fechou as portas, transferindo-se para outro  prédio, deixando para trás uma estrutura modesta, feita de três módulos e  um terreno amplo que não tardou a despertar o interesse dos  protagonistas dessa História. 
Eis  a Fênix, símbolo e logomarca intecional e sugestiva em alusão aos  propósitos do Centro Cultural A História Que Eu Conto. Foram realizadas  articulações junto às secretarias municipais de educação e cultura, em  junho de 2008, porém a burocracia somada ao risco de invasão do prédio  escolar ou pior, a possibilidade de torná-lo um logradouro político e a  ansiedade e vontade de colocar mão na massa após dois anos impeliram os  fundadores do Centro Cultural A História Que Eu Conto a ocuparem o o  prédio no dia 23 de junho de 2008, às 07 horas de uma manhã chuvosa e  fria.   
A ocupação se deu de uma  forma ordenada, seguindo o que rege o Estatuto da Cidade, dando  funcionalidade a um espaço público que não contribuía com o  desenvolvimento da comunidade. Os órgãos públicos, sobretudo, as  secretarias municipais antes acionadas, foram devidamente informadas  daquela ação, desde então iniciou-se uma articulação consistente que  muito embora cansativa fora agregando colaboradores de diversos  segmentos sociais para ajudar na aquisição da Cessão de Uso do espaço. 
Um  ano se passou, a esta altura, mais de 400 pessoas entre crianças,  adolescentes, jovens e adultos participaram das atividades no Centro  Cultural A História Que Eu Conto que oferecia, com a contribuição de  doação e mão de obra voluntária, as oficinas de Graffiti, Teatro e  reforço Escolar, além da Biblioteca Comunitária Quilombo dos Poetas e da  Exposição sobre o Negro na Cultura Popular Brasileira, iniciativas  existentes antes da intuição, realizadas por seus fundadores. 
Cada  um fazia e continua fazendo até os dias de atuais mais do que apenas  sua parte, pois foi percebido que não bastava cada um fazer a sua, isto  seria insuficiente. À media que chegava um novo voluntário, novos  Sonhos, novas idéias eram acrescentadas àquele ideal, muitos parceiros,  pessoas fisicas e jurídicas, ajudaram a ecoar as vozes daquela História  que estava sendo contada na prática.
Uma  iniciativa predominante para dar visibilidade dentro e fora do Complexo  de Vila Aliança e Senador camará foi a Rede Comunitária, fomentada por  Luiz Fernando Sarmento e Gilberto Fugimoto, do SESC RIO, entre os  benefícios foi a possibilidade de oferecer aulas de Educador Social com  Michel Robim e conhecer inúmeras pessoas e intituições, entre as quais o  UNICEF, partipando atualmente da Plataforma dos Centros Urbanos.
Uma parceria proviniente destes parceiros foi a do Cunca Bocaiúva, onde  possibilitou a participação no projeto Acesso à Justiça e a Cultura de  Direitos, do Núcleo de Direitos Humanos da federação de Órgãos para  Assistência Social e Educacional (FASE), com apoio da União Européia.  Outras parcerias a ressaltar são: Associação Pró Melhoramento de Vila  Aliança, da Associação Comercial e Empresarial de Bangu, Instituto  Terrazul, Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância  (CIESPI), Colégio e Curso Asa, Colégio Oliveira Galeno, ambos acreditam  nas propostas do Centro Cultural A História Que Eu Conto desde o começo.
Através de editais públicos o Centro Cultural A História Que Eu Conto  pode captar seus primeiros recursos para estruturar oficinas que  desdobrariam na criação de uma Estamparia, Confecção e Ilha de Edição.  Patrocínios da Casa da Moeda do Brasil, através do programa Atitude  Cidadã para o Graffiti e Teatro (2008/2009); Recursos da FASE SAAP para  realização do I Seminário de Desenvolvimento Local do Complexo de Vila  Aliança e Senador Camará (2009); Cine Mais Cultura para o "Cine Visão  Coletiva" (2009) e da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro  junto ao Ministério da Cultura contemplando como Ponto de Cultura "A  História Que Eu Conto Com Arte". Em 2010, novamente pela Casa da Moeda  do Brasil os Projetos "Nossa História Tá na Moda" e "Visão Coletiva"  possibilitarão a realização das oficinas de Corte s Costura; Modelagem;  Estamparia e a Produção Áudiovisual.
Atualmente o Centro Cultural A História Que Eu Conto possui uma equipe  formada por  17 voluntários que se dedicam íntegra e integralmente à  missão de Trabalhar pelo Desenvolvimento do Complexo de Vila Aliança e  Senador Camará, pela democratização do acesso ao conhecimento e a  pluralidade cultural.
Por fim, haja vista a curta trajetória desta instituição que em dois  anos personificou seu papel de dar sua contribuição à sociedade de  acordo com a Constituição Federal de 1988, cumprindo seu dever, atuando  em defesa da promoção dos direitos humanos, é a prova de que a sociedade  civil organizada e engajada pode sim ser vista e respeitada por seu  protagonismo social, sendo ora a extensão de políticas públicas, em  outrora a única ação concreta desenvolvida em determinada localidade que  por inúmeras razões não tenha sido contemplada pelo Poder Público.


É muito bom vermos pessoas que fazem acontecer nesse mundo de faz de conta. Parabéns aos três guerreiros.
ResponderExcluirDeus os Abençoe.